sábado, 2 de abril de 2011

Como fazer sucesso nas baladas

Eu xaveco, tu xavecas, ele e ela xavecam. A aplicação dessa conjugação verbal nem sempre acontece em tempos de baladas escuras e ensurdecedoras --programa cada vez mais frequente entre jovens, balzaquianas e quarentões, solteiros ou não. E, nem sempre, sair para se divertir em um bar ou boate resulta em um encontro proveitoso. Muitas são as interferências entre homens e mulheres. No entanto, alguns cuidados podem garantir o sucesso na noite, se a sua intenção é paquerar.

Elas, por exemplo, reclamam que eles pouco se dedicam à paquera, substituindo-a, sem o menor pudor, pela versão mais nua, crua e selvagem da pegação. Afinal, você sabe como se comportar em uma balada para não sair no zero a zero? Ou faz parte do grupo de pessoas que andam perdidas e se amedronta com a invasão das garotas no campo do cortejo --tarefa que, num passado não tão distante, era delegada somente aos barbudos?  foi a campo para descobrir como anda o clima de paquera.
Há cerca de três anos, Ana Carolina Araújo, 31 anos, mãe de um garoto de sete, virou assídua nas baladas paulistanas, após terminar um casamento de dez anos. Apesar de, muitas vezes, ir às boates com o objetivo de dançar e relaxar, diz que pratica a paquera com frequência. “Se estou a fim de dançar, fico na minha. Se o objetivo for marcar gol, eu realmente ataco", diz ela, que é assistente de diretoria de uma agência de publicidade. Ela faz parte do coro das que se incomodam com a falta de interesse e de bons modos dos homens. "Quando saio, percebo que muitos tratam as mulheres como um pedaço de carne. É preciso ter o mínimo de polidez para chegar em uma garota", afirma ela, que tem uma teoria para explicar tanta indelicadeza: "Tem muita mulher disponível. Elas, por sua vez, com medo da concorrência, relevam a falta de quesitos básicos, como educação."

O ritmo de urgência da vida atual tem levado os homens a se esquecerem das regras primárias da aproximação. "As mulheres querem, sim, ser ouvidas e querem ouvir. E têm tempo para isso. Mas, geralmente, o recurso do xaveco é usado para viabilizar uma noite e mais nada", diz o empresário de internet Ricardo (ele prefere não revelar o sobrenome), 42, que já arrumou duas namoradas na noite. "Geralmente, se o cara joga uma conversa em uma garota e ela faz um charminho, ele pula para outra", diz ele, que acredita que as mulheres ainda querem ser cortejadas.